O Concurso de Projetos para a reconstrução do Mercado de La Laguna, na cidade de San Cristóbal de Laguna, Espanha, tem como objeto de seleção para a melhor proposta arquitetônica aquela que resolva os requerimentos patrimoniais, funcionais, estéticos e de relação com o entorno e sua natureza. Na continuação apresentamos a proposta e memorial da equipe formada por Josep Ferrando , Marc Nadal y David Recio.
O terreno proposto está em pleno Centro Histórico de San Cristóbal de La Laguna – onde se encontrava o antigo Mercado -, na área de maior relevância da cidade.
A implantação.
A proposta de implantação reconhece a importância da Plaza Del Adelantado, mas também a Plaza “del barranco”. A circulação de pedestres no nível de cota zero são produzidas tanto transversal como longitudinalmente, gerando um novo espaço dinâmico de conexão. O edifício articula os vazios dando continuidade a ambas as praças e as relacionando, por sua vez, com a Capela de San Miguel e todo seu espaço perimetral.
A via de acesso é produzida pelo extremo oeste, facilitando a chegada do tráfego sem necessidade de atravessar pelo centro e habilitando, além do estacionamento no subsolo, uma área de carga e descarga que facilita o funcionamento do mercado e a entrada de mercadorias.
O edifício.
Se divide em dois volumes, rompendo o perímetro do terreno e conseguindo dois retângulos regulares. Um menor, com apenas um nível e de aparência leve que permite assumir uma pequena distância do tribunal, uma vez que se relaciona com a capela de San Miguel por ser de dimensões similares, mas que também evita competir com ela em materialidade. Neste, as rampas são conectadas com o subsolo; e outro de maior tamanho, que reflete o jogo volumétrico dos telhados inclinados e os átrios típicos do centro histórico de La Laguna, que são vistos em seu máximo esplendor na Rua San Agustín.
A reinterpretação do antigo conceito de mercado – praça coberta – deriva no edifício com uma cobertura espessa, um volume esculpido de cerâmica que se eleva liberando toda a planta baixa, dando continuidade e articulando os vazios.
O programa.
Organizado através dos distintos tipos de espaços, estão pautados e ritmados pelas grandes vigas e lajes alveolares que alojam sempre um programa mais dinâmico, o mercado.
E os que estão coroados e iluminados por claraboias, alojam programas mais estáticos como os escritórios, áreas comuns ou de equipamentos.
A cobertura.
A volumetria do edifício é entendida como uma cobertura composta por tijolos e vista como uma massa esculpida. Sem romper a imagem de elemento maciço flutuante que joga com a distribuição e a colocação do tijolo para gerar aberturas de distintos tamanhos que permitem capturar a luz para o interior e estabelecer um diálogo sutil deste com o exterior.
Se as edificações tradicionais ganhavam luz ampliando a fachada através de vazios, os pátios, o futuro mercado atua de forma oposta, ampliando o perímetro da cobertura para o exterior (sempre respeitando as normas urbanas) com as claraboias, que levam luz para o interior.
Via: afasia
